Eleições 2022: Mandetta frisa ‘Senado é local para senador independente’

Karina Anunciato

Entrevista no estúdio da FM Educativa UCDB (Foto: Mário Hisano)

Nesta terça-feira (27), o candidato ao Senado pelo União Brasil (UB), Luiz Henrique Mandetta foi o entrevistado do Jornal das Sete. Ele falou sobre sua trajetória política, como secretário municipal de saúde de Campo Grande, deputado federal e ex-ministro da Saúde. Mandetta explicou como sua experiência em Brasília irá contribuir para o desenvolvimento do trabalho no Senado como representante de Mato Grosso do Sul.

“Primeiro que no Senado, não é local para colocar gente que não conhece. Você colocar um senador que nunca foi a Brasília, nunca entrou no Senado, que não conhece o Congresso, a gente acaba perdendo um senador…Senado é local para senador independente. Pessoa que chega lá pelo voto do povo. Porque daí ele não deve seu mandato a absolutamente ninguém, a não ser ao povo”.

Ele que foi ministro da saúde, de 2019 a abril de 2020, na eleição deste ano concorre diretamente com a também ex-ministra da Agricultura, Tereza Cristina. Sobre as comparações entre os candidatos e a afirmação de que esta é uma disputa de ex-ministros de Bolsonaro, Mandetta foi categórico ao afirmar que ‘ele foi ministro do Brasil’.

“Eu não fui ministro do Bolsonaro. Eu fui ministro do Brasil, que foi quem pagou meu salário. Eu fui convidado não por partido, nem por amizade, nem por militância política. Eu fui convidado pelo meu trabalho histórico na secretaria de saúde de Campo Grande, 8 anos sendo o parlamentar mais atuante de Mato Grosso do Sul, e um dos 4 do Brasil na pauta da seguridade social e família. Mais de 300 deputados solicitaram  que eu fosse o Ministro da Saúde. Fui lá para fazer um trabalho técnico”.

Sem poupar críticas a concorrente, Mandetta avaliou ainda as decisões da ex-chefe da agricultura, que estão impactando no custo da cesta básica em todo o país atualmente.

“Acho que ela representa os fazendeiros ricos, o agro de exportação. Todo o alimento brasileiro ela pautou para exportar. E ela cometeu um erro muito grave. O Brasil a vida inteira comprou estoque e colocou nos armazéns, especialmente da Conab, aqui no estado são 28. E quando o preço subia por causa da exportação, o governo vendia para o cerealista interno, de dentro do Brasil, e conseguia pelo menos os itens da cesta básica, consegui ter alguma influência no preço. Ela aceitou a tese da bancada ruralista de deixar o preço flutuar. Então agora o atravessador compra o arroz, compra o feijão e sabe que o governo não tem nenhum grão, nem um grão de arroz estocado. Então nós ficamos à mercê, a gente ganha em real e tá comendo em dólar, por isso que está caro”.  

Questionado sobre quais bandeiras defende, Mandetta disse que no Senado as pautas são múltiplas como energia elétrica, ferrovia, rodovia e frisou que é fundamental olhar para áreas sensíveis no estado como a segurança fronteiriça.

“E a Rota Bioceânica?! Vai fazer a ponte Porto Murtinho-Carmelo Peralta, ah então vai ser um sucesso. Se não tiver política de segurança, é o PCC que vai ficar lá. Eu tenho chamado atenção que o crime é transnacional, o PCC está aqui, está no Paraguai, tá na Bolívia, ele está expandindo e as polícias respeitando fronteiras, nós temos que criar a Polícia das Américas”.

Paralisia infantil

Em plena campanha nacional de imunização o médico, especialista em ortopedia infantil,  falou com preocupação a possibilidade do retorno do vírus da poliomielite no país, devido a baixa cobertura vacinal apresentada durante os últimos anos. 

“O vírus existe. Existe o vírus selvagem que está na natureza – e é esse que é o mais perigoso dele reentrar – e o vírus comunitário… No Brasil tá baixa a vacinação e na América do Sul nós temos países que não fazem a vacina e também não investigam. Às vezes aparece uma criança com paralisia na perna, você tem que investigar se não é pólio, então a gente não sabe. Venezuela, a gente não sabe. Equador tá um ponto escuro, então pode acontecer uma reentrância”.

Ele ainda falou sobre as sequelas da doença com repercussão permanente na vida da pessoa contaminada. 

“Eu sou ortopedista pediátrico, eu lido com crianças. Eu já tive a infelicidade de ver pessoas adultas que tratavam com o meu pai, Hélio Mandetta, com 40, 50, 60 anos de idade parando de andar por causa da paralisia. Eu já sou um ortopedista da era em que a pólio já não existia mais, então eu vi os dois pacientes. Eu vi as crianças protegidas e vi pessoas com a minha idade procurando alternativas para manter o mínimo de mobilidade”.  

A entrevista completa com Luiz Henrique Mandetta, você confere aqui: