Simone Tebet defende gestão mais democrática no Senado: ‘Serei presidida pelos outros 80 senadores’

Karina Anunciato e Michael Franco

Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Parlamentar de Mato Grosso Sul e candidata à presidência do Senado, Simone Tebet (MDB) conversou com o Jornal das Sete nesta sexta-feira (15). Ela defendeu que, caso seja eleita, a gestão da Casa será mais democrática, descentralizando o poder das mãos do presidente e mesa diretora.

“Há sempre uma concentração de poder muito grande na mesa diretora e na mão do presidente do Senado. Eu tenho dito pelos colegas que se for presidente eu serei presidida pelos outros 80 senadores. Não é o presidente que determina pauta, estabelece o que vota ou não vota, são os líderes que devem ser ouvidos. Então é isso uma gestão mais democrática, mais transparente e, principalmente, um Senado que tem que estar em sintonia com as ruas”.

Ouça a entrevista na íntegra:

Diferentemente do que aconteceu em 2019, quando abriu mão da disputa para apoiar Davi Alcolumbre (DEM-AP), ela afirmou que neste ano carregará a candidatura até o fim. “Vou até o fim, sou candidata pelo MDB. O que mudou foi que da outra vez eu fui derrotada pelo Renan [Calheiros] dentro da minha bancada. Então quando me lancei candidata porque entedia que o momento do país exigia uma renovação, eu fui praticamente isolada. Não tinha apoio da minha bancada porque havia sido derrotada. Em um processo de união, os candidatos chegaram a conclusão de que nós tínhamos que abrir mão para candidatura do Davi”.

Simone Tebet comentou que em decorrência de um processo interno do partido, começou a campanha depois do principal adversário, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), apoiado pelo atual presidente do Senado Davi Alcolumbre.”Demoramos para democratimente escolher se eu era a mais competitiva na bancada. Eu sou candidata há praticamente 72 horas e ele está há um mês em campanha, então ele já conseguiu um número significativo de votos e agora nós temos que correr atrás do prejuízo”.

Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

Apesar da corrida contra o tempo, a senadora garante que parlamentares de legendas que já haviam decidido apoio ao senador mineiro declaram que votariam nela após tomarem conhecimento da candidatura. “Mesmo aqueles partidos que já oficializaram apoio ao Rodrigo Pacheco, alguns dissidentes já tem dito ‘nós não sabíamos que você era a candidata do MDB’ e já se pronunciaram a favor do nosso nome”.

Auxílio Emergencial

Ao falar sobre as pautas econômicas, Simone considerou como discussão urgente a prorrogação do Auxílio Emergencial com valor reduzido. “É preciso rediscutir o Auxílio Emergencial, não na base dos R$ 600 nós sabemos que o governo já disse que não tem dinheiro. Algo em torno de R$ 300, dentro do limite da responsabilidade fiscal, sem fazer loucura de endividamento, preservando as regras existentes hoje. É possível fazer um filtro nesse cadastro, sabemos que muita gente recebeu sem necessidade. […] Enquanto estivermos vacinando a população e a população tiver que ficar em casa, infelizmente desempregada ou tendo que trabalhar de bico para contar o dinheiro do dia para colocar comida na mesa à noite nós não podemos fechar o olho para essa massa de pessoas que tem aumentado muito e passando fome no Brasil”.

Além disso, afirmou ser de extrema necessidade a votação das reformas tributária e administrativa. “Melhorar a forma de distribuição das receitas e de como se cobra impostos no Brasil. Não dá mais para quem ganha mais pagar menos impostos. Isso é desumano com a população brasileira que tem a maior desigualdade social do mundo”.