Semana da Mulher: Juíza é homenageada no quadro ‘Elas por Elas’

Karina Anunciato e Michael Franco

Com 17 anos profissão, atualmente a juíza Helena Alice atua na 1ª Vara de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher (Foto: Amamsul)

Na semana em homenagem às mulheres, o Jornal das Sete celebra nesta terça-feira (09) as representantes femininas no judiciário. Com 17 anos de magistratura, a juíza da 1ª Vara Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher e Coordenadora Estadual da Mulher em Situação de Violência e Doméstica e Familiar, Helena Alice Machado Coelho disse que escolheu o judiciário como profissão inspirada em exemplos de conduta. 

“Decidi fazer Direito no terceiro ano. Eu sou da primeira turma de Direito da Universidade Federal, em 1996. Na faculdade, por ter dois professores que eram juízes estaduais – me interessando muito pela conduta deles, a forma como eles ensinavam as aulas – eu admirava a postura deles (desembargador Santini e desembargador Frias, hoje já aposentados), eu decidi seguir a magistratura estadual, que na época contava com menos mulheres. Quando eu entrei na magistratura em 2004, nós não éramos nem 30% de mulheres, hoje já temos quase 40%. Então é uma carreira muito masculina, mas as mulheres vem ganhando muita força e espaço”.

‘Quando eu entrei na magistratura em 2004, nós não éramos nem 30% de mulheres, hoje já temos quase 40%’, destaca Helena Alice. (Foto: Amamsul)

Apesar do cenário ter melhorado com aumento de representatividade feminina no mundo jurídico, a juíza tem consciência de que o caminho ainda é longo para a conquista da igualdade de gênero.

“Nós temos várias faculdades de Direito onde as mulheres são maioria. Mas quando você pensa em algumas carreiras como: delegada de polícia, magistratura – ainda a aprovação maior é de homens. As mulheres vêm ganhando espaço, mas ainda são carreiras eminentemente masculinas. Quando você pensa na ascensão na carreira em segunda instância ou no caso de ministros do STJ ou do STF, há menor participação feminina ainda, mas isso vem mudando. Eu acredito que a gente vem conseguindo mais espaços nessas posições também”.

Frente a uma das áreas mais sensíveis à condição feminina na sociedade, atuando no julgamento de ações de violência contra a mulher, a doutora Helena explicou sobre o desafio diário da função.

“Pra mim é um desafio diário poder receber essas mulheres. Então receber as pessoas da melhor forma possível, ouvir essa mulher sem julgamento, ouvir essa mulher com lentes de gênero, entender porque essa mulher está nessa situação de violência, não julgá-la, evitar que se façam perguntas julgando, perguntas machistas para as mulheres em audiência – infelizmente isso as vezes acontece – então de certa forma acolher essa mulher e respeitar quando ela não quer reviver toda a violência, essa situação de sofrimento que vem enfrentando, muitas vezes a muitos anos”.

A entrevista completa com a juíza da 1ª Vara Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher e Coordenadora Estadual da Mulher em Situação de Violência e Doméstica e Familiar, Helena Alice Machado Coelho, você confere aqui: