Pandemia trouxe “exacerbação do uso inadequado de medicamentos”, diz vice do Conselho de Farmácia

Karina Anunciato e Michael Franco

Reprodução - Conselho Regional de Farmácia de Mato Grosso do Sul

Maio é o mês de conscientização para o uso racional de medicamentos. O Jornal das Sete trouxe o tema em entrevista, nesta quinta-feira (06), com o vice-presidente do Conselho Regional de Farmácia de Mato Grosso do Sul, Renato Finotti Júnior. Ele salientou que a automedicação e uso inadequado dos fármacos já eram problemas latentes no país e foram agravados com a covid-19.

“O Brasil já era um dos países que mais utilizava medicamentos por automedicação. Com a pandemia isso aumento muito. Começou aquela situação do uso da ivermectina, da hidroxicloroquina e fez com que a venda desses medicamentos aumentasse muito […] a gente uma exacerbação do uso de medicamentos que traz grandes problemas”.

Um estudo realizado pelo Conselho Federal de Farmácia, por meio da consultoria IQVIA, identificou o aumento das vendas e do uso de medicamentos no Brasil durante a pandemia do coronavírus. Medicamentos como a hidroxicloroquina (antimalárico), a ivermectina (vermífugo) e a nitazoxanida (antiparasitário) tiveram alta expressiva nas vendas.

O vermífugo ivermectina, por exemplo, vendeu 857% a mais, no período de abril de 2020 (primeiro mês pós pandemia) a março deste ano. Já as vendas do antimalárico hidroxicloroquina aumentaram 126% de abril de 2020 a março de 2021. 

Finotti destacou que além das possíveis consequências para o organismo da pessoa que toma medicação por conta própria, a ação reflete também no público que necessita dos remédios para uso correto. “Em abril do ano passado, quando teve o boom do consumo da hidroxocloqoruina, pessoas que realmente tinham problema com malária e que precisavam do medicamento para o uso específico não estava achando na farmácia”.

E para aqueles que possuem uma farmácia lotada de medicamentos vencidos ou que não servem mais, fica o recado para o descarte correto. “A grande maioria das pessoas quando tem uma medicação que sobra ou que vence em casa joga das duas formas mais erradas possíveis que é direto no lixo comum ou no vaso sanitário”. Os produtos devem ser descartados nas farmácias, drogarias e no Conselho Regional de Farmácia.

Confira a entrevista completa com o vice-presidente do Conselho Regional de Farmácia, Renato Finotti Júnior: