‘O Governo Biden não quer ser mais a polícia do mundo’, explica geógrafo sobre saída do Afeganistão

Karina Anunciato e Michael Franco

Tropas americanas no Afeganistão (Foto: AFP)

20 anos depois da entrada no Afeganistão, em busca de Osama Bin Laden, apontado como o responsável pela derrubada das torres gêmeas, World Trade Center, em Nova York – os Estados Unidos deixaram o país nesta semana. A saída das tropas americanas do Afeganistão geraram imagens do desespero das pessoas em fuga que rodaram o mundo na segunda-feira (16). O geógrafo, Fábio Luiz, conhecido como professor Fabão, falou sobre a crise política, civil e social do país asiático. Para ele, a justificativa da saída dos Estados Unidos agora se deve a nova estratégia do governo americano. 

Professor Fabão, geógrafo (Foto: Arquivo Pessoal)

“O Governo Biden não quer ser mais a polícia do mundo. Isso tudo começou com a Guerra ao Terror, com George W. Bush, então esse episódio contribuiu para a permanência por 20 anos no Afeganistão”.

De acordo com Fabão, o modo de vida e a falta de liberdade imposta pelo grupo Talibã ao povo afegão, especialmente, devido a punição com violência de quem não respeita as ordens, são algumas das explicações para as imagens de pessoas se pendurando em aviões militares no aeroporto de Cabul. Quanto à promessa do grupo Talibã de assumir um caráter menos radical, o professor vê com desconfiança a afirmação.

“Pode haver um pouco de abertura, mas nada que exceda a sharia na interpretação Talibã. Eu vi ontem uma reportagem da entrevista coletiva do Talibã, aquilo ali é uma propaganda, é um marketing por conta das redes virtuais que nós temos hoje. Mas não acredito que o Talibã vá ver essa moderação toda, se isso fosse uma verdade não teria aquela centena de milhares de pessoas que querem sair e deixar o país”. 

Durante a entrevista, o geógrafo falou ainda sobre o interesse econômico que o Afeganistão desperta no mundo e a aproximação do país com a China.

A entrevista completa com o Professor Fabão, você confere aqui: