Jornal das Sete: No quadro “Se olhe e se cuide” saiba a importância da doação de órgãos

Hoje recebemos em nossos estúdios no quadro “Se olhe e se cuide” o médico e cirurgião Dr. Gustado Rapassi cirurgião do aparelho digestivo, especialista em transplante e cirurgia de fígado, pâncreas e vias biliares do Hospital do Pênfigo.

Dr. Gustavo Rapassi explicou como funciona o processo de doação de órgãos e os transplantes em Mato Grosso do Sul.

No início do mês de dezembro, deste ano, o Hospital do Pênfigo foi credenciado pelo Ministério da Saúde para retirada e realização de transplantes de tecidos (córneas) e está prestes a receber autorização e credenciamento para realizar transplantes de fígado.

Dados do Ministério da Saúde mostram que até agosto deste ano, foram realizados mais de 18 mil transplantes de órgãos no Brasil. Mas a fila de espera já ultrapassa 40 mil pessoas.

O tema da campanha nacional é “Doe uma segunda chance, doe órgãos”. Na maioria das vezes, o transplante pode ser a única esperança de vida ou a oportunidade de um recomeço para quem precisa da doação. Apresentamos aqui, que atualmente, 40,3 mil pessoas aguardam por um transplante de órgão no Brasil.

Ainda segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde, até agosto deste ano, foram realizados 10.575 transplantes de córnea, 3.930 de rim, 1.972 de medula óssea, 1.574 de fígado, 281 de coração, 58 de pâncreas e rim conjugados, 55 de pulmão, 15 de pâncreas e um multivisceral.

Se você deseja ser doador de órgãos e tecidos, a primeira atitude é avisar sua família sobre o seu desejo.

É importante comunicar a família o desejo ser um doador de órgãos, para que os familiares possam autorizar a doação. No Brasil, a doação de órgãos e tecidos só é realizada após a autorização familiar.

Os órgãos doados são destinados aos pacientes que necessitam de um transplante e estão aguardando em lista de espera. A lista é única, organizada por estado ou região, e monitorada pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT). É preciso conscientizar a sociedade sobre a importância da doação de órgãos e tecidos e, ao mesmo tempo, fazer com que as pessoas conversem com seus familiares e amigos sobre o assunto, deixando clara sua intenção de doar.

Autorização familiar

Após o diagnóstico de morte encefálica, a família deve ser consultada e orientada sobre o processo de doação de órgãos e tecidos. A morte de um ente querido é sempre uma situação difícil para toda a família, mas é justamente nesse momento de perda que o sofrimento pode ser transformado em um ato de esperança ao dar uma nova vida para pessoas que aguardam em lista de espera por um transplante de órgãos ou tecidos.

No Brasil, a retirada de órgãos só pode ser realizada após a autorização familiar. Assim, mesmo que uma pessoa tenha dito em vida que gostaria de ser doador, a doação só acontece se a família autorizar. Dessa maneira, se a família não autorizar a doação, os órgãos não serão retirados e a oportunidade da realização dos transplantes, tirando pessoas das listas e devolvendo a vida ou a qualidade de vida, será perdida.

A melhor maneira de garantir efetivamente que a vontade do doador seja respeitada, é fazer com que a família saiba sobre do desejo de doar do parente falecido. Na maioria das vezes os familiares atendem a esse desejo, por isso a informação e o diálogo são absolutamente fundamentais, essenciais e necessários. Não é preciso registrar a intenção de ser doador em cartórios, nem informar em documentos o desejo de doar, mas sua família precisa saber sobre o seu desejo de se tornar um doador após a morte, para que possa autorizar a efetivação da doação.

A doação consentida é a modalidade para a doação que mais se adapta à realidade brasileira. A previsão legal concede maior segurança aos envolvidos, tanto para o doador quanto para o receptor e para os serviços de transplantes.

Por isso, é importante conversar com a família ainda em vida para deixar claro o desejo de doar!

Depois da confirmação da morte encefálica a família é entrevistada por uma equipe de profissionais de saúde, para informar sobre o processo de doação e transplantes e solicitar o consentimento para a doação. Após a manifestação do desejo da família em doar os órgãos do parente, a equipe de saúde realiza outra parte da entrevista, que contempla a investigação do histórico clínico do possível doador. A ideia é investigar se os hábitos do doador possam levar ao desenvolvimento de possíveis doenças ou infecções que possam ser transmitidas ao receptor.

Doenças crônicas como diabetes, infecções ou mesmo uso de drogas injetáveis podem acabar comprometendo o órgão que seria doado, inviabilizando o transplante. A entrevista é essencial para a que a equipe possa avaliar os riscos e garantir a segurança dos receptores e dos profissionais de saúde. para a que a equipe possa avaliar os riscos e garantir a segurança dos receptores e dos profissionais de saúde.