Falta de pessoal emperra atendimento no INSS

Karina Anunciato

Além dos serviços da previdência, o INSS também operacionaliza o atendimento da assistência social federal através do BPC (Foto: Reprodução)

Dificuldade de atendimento no serviço público de modo geral, infelizmente, não é uma novidade no país. No entanto, alguns órgãos têm sofrido mais com a redução no número de servidores ao longo dos anos. Um exemplo disso é o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Em maio, na apresentação da Medida Provisória (MP) 1113/22 que pretendia reduzir as filas com a alteração de processos administrativos, o governo informou que 762 mil segurados aguardavam perícia médica para obter benefícios. 

De acordo com a Federação Nacional de Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps) desde 2015, 50% dos servidores do INSS saíram do órgão por aposentadoria ou outros motivos.

Para Juliane Penteado, advogada previdenciarista, coordenadora titular do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário este cenário de agravamento se acentuou na pandemia, mas a situação já era anunciada.

“No ano de 2019, 2020, já haveria uma debandada de servidores que iriam se aposentar, não iriam se manter no serviço público, então ia ter uma devassa mesmo, uma falta de servidores para o atendimento. E a pandemia trouxe ainda mais este problema que nós enfrentamos com relação a atendimento, atendimento presencial, mas de um jeito ou de outro este problema iria acontecer. Então o que acontece é que o INSS está sem material humano. A autarquia não tem pessoas para o atendimento das análises dos benefícios”.  

Além dos serviços fim realizados pelo instituto – como a concessão de aposentadorias, pensão por morte, auxílio doença entre outros – o INSS também é responsável pela operacionalização do BPC (Benefício de Prestação Continuada) da Assistência Social.

Apesar do cenário crítico no país com agendamento de atendimentos já para o ano de 2023, a especialista no atendimento previdenciário avalia que aqui em Mato Grosso do Sul o momento é um pouco melhor.

“As perícias são os serviços com os prazos mais dilatados. Aqui em Campo Grande até que nós estamos tendo uma certa agilidade comparado com outros lugares, com relação às perícias. Mas o que eu mais observo são os pedidos de aposentadoria, onde há incoerência, erro na documentação que às vezes é necessário recurso por parte do segurado e este recurso tem sido extremamente demorado”.

Uma das estratégias apontadas por Juliane para agilizar o serviço é o acompanhamento por um advogado previdenciarista. Com o serviço profissional o segurado encaminhará a documentação correta para ser anexada. 

“A exemplo do benefício por incapacidade, o segurado pode fazer o pedido sozinho, mas o advogado vai enviar os documentos da maneira mais fidedigna que o INSS espera. Então é uma orientação que faz a diferença no resultado”.  

A entrevista completa com Juliane Penteado, você confere aqui: