CPI do Sertanejo: ‘O artista vale o que ele leva de gente’, defende Ninho

Karina Anunciato

De batismo ele recebeu o nome de Jeferson Júnior, mas foi como ‘Ninho’ que ele conheceu o sucesso no meio artístico como um dos principais gestores de carreira na música no estado. Responsável por guiar a história profissional de nomes como: Jads e Jadson, Munhoz e Mariano, Patrícia e Adriana, João Carreiro entre outros, Ninho falou de sua trajetória pessoal e das polêmicas do mundo do entretenimento, como a caça às bruxas promovida pela ‘CPI do Sertanejo’ e a ‘Lei Rouanet’.

Da inspiração do pai que já trabalhava com a música e como locutor em rádio, Ninho conheceu os bastidores do entretenimento e tudo que cerca a cadeia produtiva do show.

Ninho no estúdio da FM Educativa UCDB (Foto: Karina Anunciato)

“Meu pai fazia rádio, na Guanandy AM, 1580 khz, que era na Calógeras – entre a 15 e a Afonso Pena – e eu ia de manhãzinha. Ele fazia um programa semanal sertanejo, às 5h e eu era o programador dele, quem me fez apaixonar pelo mundo da música foi meu pai. Ele fazia evento quando existia o Galpão Gaúcho, saída para Sidrolândia, tinha a Chácara da Antártica, Colônia Paraguaia, Caipirão Club, acompanhei ele nestes eventos primeiro trabalhando para ele, vendo minha mãe na bilheteria vendendo ingresso, rompendo madrugada vendendo ingressos, meu irmão no bar juntando as latinhas, então eu vivi tudo isso do evento”.

Em entrevista ao Jornal das Sete desta quinta-feira (30), ele falou sobre a guerra de versões da ‘CPI do Sertanejo’. A história ganhou força depois que o cantor Zé Neto, da dupla com o Cristiano, criticou artistas que fazem uso de recursos públicos através de incentivos financeiros e alfinetou a cantora Anitta falando da tatuagem íntima da artista como forma de chamar atenção. Separando a fofoca da notícia, Ninho foi categórico ao defender o valor agregado ao trabalho de cada artista.

“Será que o Gusttavo Lima vale 1 milhão de reais?! O artista vale o que ele leva de gente. O Gusttavo Lima vai ao Morenão e ele coloca 30 mil pessoas pagando para ver ele. Então é isso, ele tá na mídia, para mim hoje ele é o maior artista do Brasil, a maior referência na música … ele vale o que ele cobra, não existem dois Gusttavos Lima”.    

Quanto à contratação de grandes artistas por municípios pequenos, o empresário ressaltou o direito da população receber um artista de renome e lembrou que as cidades dentro de seu orçamento já têm recursos destinados para cada área específica.

“Isso faz parte da contratação de cada município. Eles tem que colocar no papel quais artistas a região está precisando. Exemplo em Magé (RJ), que ficou mais conhecido, quando aquela população vai ter a oportunidade de ver o maior artista do Brasil? Eles vão ter que pegar ônibus, carro, ir para o Rio de Janeiro – Copacabana para assistir lá? E quem não tem condição, não merece ter um show do principal artista do Brasil? E outra coisa, existem os recursos para isso – cultura, esporte, lazer, habitação, educação – têm os recursos destinados para isso. A gente paga imposto para isso e separa para cada pasta. Então não pode marginalizar o artista e apontar o dedo para ele por conta de certas contratações, ou não”.   

Em relação ao uso da Lei Rouanet, Ninho lembrou que ele próprio tentou fazer uso do recurso para a carreira de Jads e Jadson, anos atrás. Nunca conseguiu, isso porque de acordo com o empresário a maneira como a lei está escrita dificulta o uso do recurso por artistas menores. 

A entrevista completa com Ninho respondendo os ouvintes e falando sobre o mundo da música, você confere aqui: