Covid-19: Intervalo maior entre as doses apresentou resultado favorável, garante pesquisador da Fiocruz

Karina Anunciato e Michael Franco

Rivaldo Venâncio, pesquisador e Coordenador de Vigilância em Saúde e Laboratórios de Referência da Fundação Oswaldo Cruz (Foto: Reprodução)

“Nós estamos diante de um processo de conhecimento científico em construção”, o pesquisador e coordenador de Vigilância em Saúde e Laboratórios de Referência da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Rivaldo Venâncio explicou que os estudos realizados durante a pesquisa da vacina de Oxford contra a covid-19 garantem a possibilidade de realizar a vacinação num intervalo maior entre a primeira e a segunda dose, conforme cogitou o Ministério da Saúde na última semana. “Nós realizamos testes com 2 doses em 3, 4 e 6 semanas de intervalo. Mas também quando nós realizamos um espaçamento em 11 a 12 semanas, conseguimos obter 70% de eficácia na primeira dose e ampliando para 80% na segunda dose”.  Para ele, a fase de testes mais espaçada apresentou resultado melhor que em tempo mais curto, além de apresentar outros benefícios. “Ao invés de ter um contingente menor de pessoas vacinadas com duas doses num tempo menor, podemos aumentar o distanciamento das doses, ter um contingente vacinado maior, com eficiência melhor e a resposta do organismo melhor”, garantiu o pesquisador.

Sobre as críticas as vacinas, Venâncio lembrou que esse cenário de descrédito já aconteceu em outras situações (Foto: Marcelo Camargo)

Os dados de eficiência da Coronavac apresentados esta semana e que foram alvo de críticas quanto a eficácia global não condizem com a realidade, segundo Rivaldo Venâncio. “Quando nós nos referimos a vacina CoronaVac, observamos a partir de todas as pesquisas realizadas no Brasil – inclusive aqui em Campo Grande – que houve uma redução no risco da pessoa desenvolver manifestação clínica em pouco mais de 50% comparadas com aquelas pessoas que receberam o placebo. Nós observamos também que entre as pessoas que tomaram a vacina houve uma redução de 100% do risco de desenvolver formas mais grave da doença. E em relação as formas mais leves e moderadas da covid-19, 78% das pessoas vacinadas tiveram risco menor de desenvolver formas leves e moderadas da doença quando comparadas com aquelas que não tomaram a vacina”.

Questionado sobre o medo de algumas pessoas de sofrer sequelas ao tomar a vacina, Venâncio lembrou de várias situações que foram solucionadas com a vacinação e destacou um evento mais recente. “Não podemos repetir o que aconteceu em 2010, 2011 esse cenário de descrédito já aconteceu em outras situações, mas é importante destacar os benefícios. Graças a vacinação, hoje nós podemos conviver com a H1N1”.

A entrevista completa com o pesquisador e coordenador de Vigilância em Saúde e Laboratórios de Referência da Fundação Oswaldo Cruz,  Rivaldo Venâncio, você confere aqui: