Chat GPT: ‘Muito longe de substituir o cérebro humano’, diz especialista

Karina Anunciato

A popularização do Chat GPT como ferramenta de inteligência artificial (IA) acendeu diversos alertas em relação a evolução da máquina frente ao homem. Professor da UCDB, Especialista em Direito Digital e Novas Tecnologias; presidente da Comissão de Direito Digital e Startups da OAB/MS, Raphael Chaia afirmou que ainda estamos muito longe de substituir o cérebro humano e ressoltou a importância da utilização ética do serviço.

“Nós temos capacidade de processamento que máquina nenhuma é capaz. Não digo que a preocupação seja ilegítima, ela é extremamente importante. Por isso nós precisamos ter um debate agora com relação a preceitos éticos relacionados a inteligência artificial. Até porque o próprio Chat GPT já tem sido utilizado para golpes – não uma preocupação, demonização, não adianta fazer ‘vamos proibir’, vamos banir, não adianta proibir, banir o desenvolvimento da tecnologia”.

No dia 29 de março, o Instituto Future of Life divulgou uma carta aberta pedindo a todos os laboratórios de inteligência artificial que suspendam por pelo menos seis meses a criação de sistemas de IA mais poderosos que o GPT-4, da OpenAI. O documento com mais de mil assinaturas conta com a rubrica de personalidades conceituadas no mercado de tecnologia como Elon Musk, CEO da Tesla, da SpaceX e do Twitter, e Steve Wozniak, que fundou a Apple com Steve Jobs.

A respeito deste movimento, Chaia destacou a dificuldade em frear a tecnologia, uma vez que a própria ferramenta já está disponível ao usuário comum, que a cada solicitação é aperfeiçoada.

“Eu concordo em partes com a preocupação deles. Não dá para você para um desenvolvimento de uma tecnologia por 6 meses, ainda mais uma tecnologia de aprendizado de máquina, é uma tecnologia que quanto mais você utiliza, mais refinada ela se torna, ou seja o seu desenvolvimento está atrelada ao seu uso e você precisa que o seu desenvolvedor faça o supervisionamento da máquina para evitar problemas de discriminação algorítmica, etc e tal”.

Para ele, o pedido das autoridades em tecnologia leva a uma distorção da real discussão do assunto.

“Ao meu entender esse é que deveria ser o debate principal, mais importante que barrar por si só o desenvolvimento por 6 meses da tecnologia, eles deveriam estar preocupados muito mais em trazer debates a cerca da ética dos instrumentos de inteligência artificial, a ética da tecnologia do que simplesmente barrar o seu desenvolvimento”.

Na conversa, o presidente da comissão de Direito Digital e Startup da OAB/MS falou sobre a inteligência artificial limitada a reprodução básica da busca e ressaltou a necessidade de demanda especializada do ser humano para superar o serviço essencial apresentado pela tecnologia.

A entrevista completa com Raphael Chaia, você confere aqui: