‘Preso’ ao ideal expansionista do século XX, Putin segue avanço sobre a Ucrânia

Vladimir Putin, presidente da Rússia (Foto: EFE)

Nas últimas duas semanas, o mundo assiste perplexo à ofensiva militar russa contra a Ucrânia. Para justificar a invasão ao país vizinho, a Rússia tem reforçado o discurso de proteção ao seu território com o objetivo de evitar a entrada da Ucrânia – ex-União Soviética – na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). No entanto, o que de fato está por trás deste movimento? Muito além da defesa do país, Vladimir Putin – presidente da Rússia que se mantém há quase 20 anos no poder – busca na verdade reviver a era expansionista russa do século XX.

Fábio Luiz, professor (Foto: Arquivo Pessoal)

Em entrevista ao Jornal das Sete (16), o professor de Geografia e Geopolítica Fábio Luiz, Fabão, explicou que este discurso protecionista russo é apenas uma cortina para os objetivos principais de Putin.

“A ideia de Vladimir Putin é de criar o ‘Império Putin’ e esse império subentende-se o leste europeu, que abrange a região da Ucrânia, Moldávia, da Bielorússia – que são aliados de Putin. Então para o Putin, para a sua expansão, para a manutenção da ideia de imperialismo dele na região seria muito inviável a aproximação da Ucrânia – que é um país com um solo muito fértil, agrícola – com a União Europeia”. 

Ainda no cenário internacional e para além do perfil do combate – é importante avaliar que diferente de outros conflitos do século XXI, nos quais as guerras eram muitas vezes justificadas pelo combate ao terrorismo (Afeganistão, Iraque), em lados opostos estavam cristãos contra muçulmanos, neste caso, entre Rússia e Ucrânia o embate são de cristãos contra cristãos.

“Neste conflito a gente não tem uma narrativa. Nós temos inúmeras narrativas que são visíveis tanto do lado da Rússia quanto da Ucrânia. Então esta situação é um tanto quanto adversa no aspecto geopolítico do século XXI, porque teoricamente nós temos uma guerra, com os chamados irmãos eslavos – que tem uma composição étnica parecida, existe uma composição religiosa – é o primeiro conflito que nós temos agora no século XXI de cristãos que matam cristãos – ortodoxos contra ortodoxos. Até então nós tínhamos muçulmanos e cristãos, depois do atentado de 11 de setembro”. 

A entrevista completa com o professor Fabão, você confere aqui: