Fim do estado de emergência em saúde agrava aquisição de medicamentos em falta no país

Karina Anunciato

Segundo levantamento do Cosems cerca de 94% dos municípios de MS já estão com falta de determinadas medicações (Foto: Reprodução)

Entre os muitos efeitos que a pandemia da covid-19 continua produzindo na sociedade, um deles é a falta de insumos para a produção de medicamentos. A situação tem desencadeado uma série de outros problemas, inclusive a falta de remédios em toda a rede de assistência à saúde.

Nesta semana, o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de MS (Cosems/MS) emitiu um alerta sobre a falta de medicamentos essenciais como: ibuprofeno, nimesulida, amoxicilina com clavulanato, losartana, dexametasona injetável e loratadina – em municípios de MS. Entrevistado do Jornal das Sete, o presidente do Cosems/MS, Rogério Leite explicou que não participação de empresas fornecedoras aos processos licitatórios têm contribuído para a falta de medicamentos nas prateleiras dos hospitais.

Rogério Leite, presidente do Cosems/MS (Foto: Reprodução)

Leite falou ainda sobre o anúncio do Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, no último final de semana (17), que decretou o fim do estado de emergência em saúde para a covid-19 no país. De acordo com o presidente do Cosems/MS, a decisão não foi antecipada com os secretários. 

“Em nenhum momento o Conass e o Conasems participaram desta discussão. Nós sabíamos que tinha um momento de transição a ser feito, isso já tinha sido discutido numa reunião de diretoria, de colegiado junto ao ministério, mas não fomos informados dessa diretriz que foi feita. É uma irresponsabilidade total de gestão, já entramos com ofício solicitando a revisão e pedindo um prazo”. 

O Conselho pede 90 dias de prazo para o fim das medidas emergências. Além das necessidades em saúde geradas pela demanda da covid-19, o fim da Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional (Espin) amplia a dificuldade de aquisição de medicamentos no atual cenário de falta de insumos.

“O fim dessa Espin dificulta ainda mais este processo de aquisição de medicamentos que todos os gestores estão tentando fazer”.

A entrevista completa com Rogério Leite você confere aqui: