Expressão de Rua: exemplo de resistência, festival reúne artistas em alusão ao dia da Consciência Negra

(Foto: Divulgação)

Para mostrar a força da cultura de rua e dos movimentos artísticos urbanos, será realizado neste sábado (19) e domingo (20) o festival Expressão de Rua. Esta é a 6ª edição do evento, que conta com atrações do rap, rock, samba, além de intervenções de grafite, circo, teatro, entre outras expressões artísticas que ocupam a rua.

Com objetivo de disseminar e proporcionar o acesso aos movimentos artísticos urbanos para quem, muitas vezes, não tem a oportunidade de sair da periferia para chegar aos bairros centrais e circular em eventos como este, o festival escolheu os bairros Anache, no sábado, e Vila Nasser, no domingo, ambos na região Norte de Campo Grande.

Nesta sexta-feira (18), o Jornal das Sete conversou com um dos organizadores do evento, Eduardo Miranda Martins. Ele, que é ator, músico, produtor artístico e engenheiro, disse que o movimento surgiu da indignação com a falta de oportunidade para artistas, que assim como ele, nunca conseguiram se beneficiar de editais públicos para a cultura. “Essas publicações sempre acabam beneficiando quem já tem currículo. Mas como vai ter currículo se não dá oportunidade?!”, comenta Martins. 

No sábado, as atrações começam a partir das 14 horas no Centro Comunitário do Jardim Anache e haverá exibições de obras audiovisuais feitas com recursos da Lei Aldir Blanc pelo cineclube Transcine, Dj Rambo, Palhaço Sorryso, Nação Hip-hop Brasil MS, Engenheiro Edson e microfone aberto para artistas que queiram se apresentar.

Já no domingo, logo cedo, o festival já começa em parceria com o campeonato Veteranos do Futebol, que faz parte do circuito Terrão de futebol amador. Às 12 horas haverá roda de samba com feijoada e das 15h às 23h acontecem shows com mais de 20 grupos de hip hop, rock e samba, como Engenheiro Edson, Rapper Amém, Nalkimia, Versos 67, A Insana Corte, entre diversos outros. Ainda haverá grafite ao vivo com Marilena Grolli, San Martinez, Erika Pedraza, circo com palhaço Sorriso, teatro e muito mais.

Apesar de contar com o apoio público na montagem do palco, a organização do festival ainda busca recursos para as outras despesas, como aquisição de materiais para as intervenções artísticas como tinta, além dos de pagamento de fornecedores.

Quem desejar contribuir pode entrar em contato com o número (67) 9 9229-5184, falar com Fernanda ou Eduardo.

As apresentações acontecerão no sábado (19), a partir das 14 horas, no Centro Comunitário do Jardim Anache, que fica na rua Jacob Georges, esquina com a rua dos Mocinhos. No domingo (20), a partir das 9 horas, o Expressão de Rua vai para a Arena Vila Nasser.

A entrevista completa com Eduardo Miranda Martins, você confere aqui:

História 

O festival Expressão de Rua começou em 2013, visto a necessidade de Campo Grande e Mato Grosso do Sul em ter eventos de grande porte que coloquem o hip hop e manifestações artísticas de rua como protagonistas. Ele começou e se mantém como um festival multicultural e interdisciplinar com break, grafite, rap, skate, rock, samba, circo, teatro, entre outras manifestações que integram o universo da rua.

Além disso, sua programação envolve a formação de novos artistas, por meio de oficinas e debates sobre problemas sociais e cotidianos, iminentes da população mais vulnerável. Este primeiro festival ocupou as ruas da cidade com um universo cultural que, naquela época, já era um enfrentamento, que condizia na ocupação dos espaços públicos, que estavam carentes de eventos culturais e, também, pelos artistas da cultura de rua se sentirem excluídos das políticas públicas voltadas para a classe cultural.

Após 2013, o festival aconteceu nos anos de 2014, 2015, 2018 e agora, em 2022, chega à sua sexta edição. Já passaram pelo palco do festival artistas como Engenheiro Edson, Marina Peralta, Gilson Espíndola, Falange da Rima, Locoleste, Prontuário, Alien Sputnik, Rastanigga, entre muitos outros.