Bicho solto: preservação de áreas de conservação aproxima animais silvestres de zonas urbanas

Karina Anunciato

Captura de jiboia (Foto: divulgação)

Apreciar a natureza tão de pertinho é um privilégio de poucas cidades. Em Campo Grande a presença das capivaras no Parque das Nações Indígenas é uma atração à parte para os moradores que aprenderam a conviver com a caminhada lenta e em grupo dos roedores, além de ser uma novidade para quem visita a cidade. 

Tenente Coronel Edmilson Queiroz, Comunicação Social da PMA (Foto: ALMS)

No entanto, o que tem chamado atenção é a presença de outras espécies silvestres nas áreas urbanas. Quatis, tamanduás e jiboia são alguns dos animais capturados dentro das cidades no último ano. Em entrevista ao Jornal das Sete, o Comunicação Social da Polícia Militar Ambiental (PMA), Tenente Coronel Edmilson Queiroz, disse que essa situação se deve ao fato de Campo Grande manter preservadas unidades de conservação.

“Mato Grosso do Sul, as suas cidades, principalmente Campo Grande escolheu ter flora, manter sua flora dentro do perímetro urbano. Então a gente fala ‘aparece’, mas na verdade, saí dali de dentro. Grande parte dos 881 capturados dentro de Campo Grande a maior parte é de animais da fauna urbana e da fauna da cidade. Nós mantemos unidades de conservação como o Parque do Prosa – com mais de 130 hectares – o Parque do Segredo, com mais de 170 hectares. O do Prosa emenda com o Parque das Nações Indígenas, com os fragmentos de florestas do Parque dos Poderes; áreas verdes municipais – nós paramos de canalizar córregos e passamos a deixar os parque lineares e nessa flora que se conserva mesmo fragmentada se conserva a fauna”.   

No entanto, a orientação para quem se depara com um animal silvestre é calma e distância. Embora admirável, os bichos mantêm o instinto selvagem, em que a melhor defesa é o ataque.

“O ideal é chamar os órgãos especializados para fazer (captura). O animal, mesmo essa fauna sinantrópica, que convive com o ser humano aqui nos perímetros urbanos, continua sendo silvestres, continua agindo por instinto e o animal ele pode atacar. O animal ataca para se defender, ataca para defender filhote, ataca para defender alimento”.    

Neste ano, a PMA completa 35 anos de criação executando o papel institucional de preservação e combate aos crimes ambientais. Só no ano passado, os policiais realizaram o resgate e a captura de 2.841 animais em áreas urbanas. Deste total, foram 129 vítimas de atropelamento em Mato Grosso do Sul.

A entrevista completa com Tenente Coronel Queiroz, você confere aqui: