O último ano tem sido um período de muitas transformações para toda a sociedade. Uma das mudanças são as despedidas de entes queridos através dos meios digitais. No entanto, o espaço que serve de reverência e despedida de entes queridos também acaba se transformando em palco de ofensas e manifestações agressivas.
Para o neurocientista Fabiano Abreu o comportamento negativo está ligado ao excesso de notícias ruins e de um mecanismo de proteção natural do ser humano.
“A gente está vivendo um generalização de falecimento não só por coronavírus, mas por outras doenças também e o que mais me assustou foi a maneira como as pessoas negativaram essas pessoas que morreram, seja no caso de Bruno Covas, MC Kevin e menos contra Eva Wilma. É uma coisa muito triste. Pensando na neurociência, na questão cerebral e assim como há uma adaptação cerebral de esquiva do que não nos faz bem, tem também o mecanismo protetivo natural que é proveniente do instinto, quando nos deparamos com muitas mortes anunciadas elas surtem um efeito negacionista e o reflexo disso se nota na falta de respeito pelos falecidos nas mídias sociais, que mesmo mortos, as pessoas negativam a imagem dessa pessoa”.
Uma das dicas de Fabiano para evitar a exposição negativa é controlar a interação com as redes sociais e meios informativos.
“Primeiro desconectar da mídia social, escolher a rádio, os programas que você quer ouvir. Escutar algo que possa agregar trazer conhecimento. Não podemos esquecer que o conhecimento faz a plasticidade cerebral, novas conexões e melhores conexões neuronais que trazem uma sensação de bem estar. Ou seja, temos que filtrar melhor o que a gente vai assistir porque se não a gente vai entrar numa atmosfera sombria e pra sair é muito mais difícil. Inclusive traumas relacionados a essa atmosfera podem resultar em depressão lá na frente”.
A entrevista completa com Fabiano Abreu, você confere aqui: